sexta-feira, 26 de abril de 2013

dançar



As “patis” também dançam!

As mulheres querem cotidianamente dançar. Não importa o lugar. Seja na favela, seja na Padre chagas. Isto é, se as mulheres estão em um lugar com musica, então pode apostar que vão querer dançar. Dançar, dançando. Sem enganação. Não vale tirá-las para dançar só com o intuito de pegá-las. Você até pode ter na dança um instrumento de acesso, mas a dança tem que ser verdadeira por si só.  Fui alguns domingos curtir o “Baile do Pita” na “Faro” e a surpresa foi grande. A Faro fica no centro das badalações do Moinhos de vento, quase na esquina da Padre chagas com Fernando Gomes (local em que na antiga tinha um boteco chamado “Azteca”). Em meu primeiro domingo de samba no meio das patis, houve quem debochasse: “jaymim não vai ser feliz na patri chatas!”. E o deboche tinha lá suas razões. Sabidamente a galera e as baladas daquela banda não são a banda mais louca da cidade. Em geral é uma galera rica e bonita, mas que pelo vazio existencial constitutivo tem dificuldade de se permitir práticas subjetivas de verdade. Entretanto, o sambinha de domingo tem mostrado a sua condição agregadora. Com músicas boas e uma vibração contagiante o baile do Pita vai colocando as cheirosas donzelas para requebrarem as cadeiras. Elas dançam e se permitem lampejos de negritude em meio as suas chapinhas loiras. Salve o samba! Salve Dudu, Rafinha e Thiagão chanceler, responsáveis pela garantia do entusiasmo alheio de quem volti-e-meia tem um sangue germânico gelado.  Alguém há de perguntar: e como ficam os playboys? E a realidade responde: parados! Estanques como seus preconceitos. A dureza não permite que se deixem levar pela malemolência do samba. Melhor para os aventureiros lado B da patri chatas, que são convocados pelas cheirosas a tapar o furo bailarinico que os playbas não conseguem preencher. Eis uma conclusão: na hora de sambar não adianta o crédito do cartão se a dureza for mais forte que a emoção. Se elas dançam, nós, Barões da Ralé, também dançamos. É uma questã de crasse!
Jayme C.        

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