segunda-feira, 27 de maio de 2013

amizade colorida

Amizade colorida
Colorir amizades é uma difícil arte. Só acontece quando há maturidade. Desvelam-se tatuagens. Reconfiguram-se segredos. É tudo com muito amor, mas dá-se a troca da paixão pelo engov. Noites insólitas marcam esses coloridos re-encontros. Madrugadas de tesão e carinho, pois já havia uma estrada. Depois, é claro, fundamental continuar dando risada. Da vida. Dos tragos. Dos relâmpagos das novas caminhadas da vida. Assim vamos desenvolvendo novos significados. Novos jeitos de ser ao invés de velhos e surrados jeitos de ter. Da posse para a liberdade. Vivência sem culpa, sem defeito na historicidade. Na batida dionisíacos crus e sagazes, ou seja, não confunda-se com crueldade. O primeiro colorido de um colorido bem sucedido, pode ser até ao som de Roberto Carlos. Bem romântico e brega. É mais conteúdo para as debochadas. Rir é o melhor remédio. Eis o ditado mais confirmado pela prática. Que nela nossa força nunca seja pouca, pois a prática é o critério do continue. Do fatality. Ou, do game over.

Jayme C.     

domingo, 19 de maio de 2013

domingo



Delírios no domingo

Sentado na sacada vejo o alvorecer de um discreto azul no céu. Claro, são 6 e 33 da manhã. Tudo se transforma. Entre acertos e equívocos, achados e perdidos, a semana passada passou. O tempo nos dá e nos tira. E tempo é sempre tempo de vida. Vamos vivendo, vivendo, vivendo, até o derradeiro momento. Tudo vira história depois que morremos. Mas, o tempo é sábio. É sempre bom sermos relembrados. Por isso ele vai passando. E fazendo alguns de nós refletirmos. Quando olhando pro céu paramos e ficamos rememorando os acontecimentos de um espaço de tempo, estamos pensando sobre o tempo de nossas coisas. Sobretudo depois de uma noite insólita, na qual o princípio do dia vem num azul turvo e em uma manha semi-molhada, chuvosa. A vida, sempre bendita e madrasta, vai acontecendo nesse mesmo tempo (que estamos falando). E vai se dando enquanto encontros e desencontros. Alegrias e tormentos. Assim algumas vivências, pelo nosso natural desconhecimento do outro, por vezes se dão com enganos. São os deslizes de quem vive a vida. Equívocos acontecem, ditado de toda a gente. Ainda bem que o tempo passa. E nos dá a chance de fazer diferente. A semana sempre re-começa aos domingos. Por isso neles sentimos a melancolia que lá no fundo brota como esperança.   

Jayme Camargo, 19/05/2013, 06:57.

domingo, 12 de maio de 2013

o segredo dos seus olhos



O segredo dos seus olhos (no show do Jorge Drexler)
Eu ia escrever um texto sobre um olhar que me fitou no show do Jorge Drexler. Estava na parte de fora do Araújo antes do show, quando uma garota veio pedir fogo. No seu olhar havia chama. Ela não só olhou dentro de mim, como também sorriu para o que viu. Um sorriso tímido, mas declarado e perturbador. Segurei-me para não perguntar quem era ela. Ou, melhor, o que significava aquele olhar. Ao entrar no show uns dez minutos depois, novamente nos cruzamos e novamente repetiu-se a chama no olhar. Fiquei encantado pelo jogo de olhares. A garota é deveras interessante. Não havia escrito, pois sentia que a história ainda não havia sido completa. Chegou à sexta feira. E nela aquilo que era silencioso tomou forma e ganhou “Eco”. Essa canção de Drexler diz: “isso que está surgindo, já não sou eu, é o eco, é o eco, é o eco, de um sentimento”. Talvez. É o eco de um sentimento maduro, sem platonismos inventados e/ou desnecessários. Sentimento de plenitude pela vivência bem vivida, interessante e cheia de romantismo na pegada. Curtimos em “Silêncio“ mais um encontro inesperado. Ela se referiu ao primeiro olhar como tendo me fuzilado pelos seus olhos. Também rememorou de onde nos conhecíamos. Tínhamos ido a uma festa de ano novo que se deu já no novo ano. Depois Drexler. Depois Silêncio. Fim?
Jayme Camargo      

sexta-feira, 10 de maio de 2013

a falta e o outro



A relação com a falta na relação com o outro
Na relação com a falta conseguimos avaliar a nossa maturidade afetiva. Na falta do outro. E na falta para o outro.  Na falta do outro, enquanto a nossa capacidade de não sermos carentes e sobrevivermos felizes com as nossas próprias coisas. Na falta para o outro, enquanto a felicidade com as nossas próprias coisas ser tão grande que o outro acabe sentindo a nossa falta dado os momentos de divisão. E isso independe o estado civil. Acontece enquanto estamos solteiros e enquanto estamos casados. Acontece quando estamos nos conhecendo, ou seja, nos começos, nas transições de solteiros para casados. É o “balance” das relações. Cada pessoa está em um determinado ponto dessa relação com a falta. E implica que cada um também esteja em um grau muito particular na necessária luminosidade do próprio mundo (trabalho, amigos, família). Logo, as dificuldades de se encontrar alguém e também de se manter feliz com alguém, dependem dessa questão com a falta. Estar com alguém que tem um “balance” parecido com o nosso, pode assegurar mais leveza na relação. Se estivermos solteiros, então é crucial. Demonstrou carências, perdeu pontos! Creio que ter grandes e maravilhosos amigos ajuda nesse contexto. O fortalecimento pelo grupo. Quem não anda só e só anda em boa companhia, leva o crédito de ser bem recomendado. Às vezes, entretanto, não funciona. Existem faltas personalíssimas. Por exemplo, quando estamos nos apaixonando. A falta e o outro. Isto é, que pena, viver é bem mais difícil do que escrever; sobre viver...
Jayme Camargo