Por favor, você me dá licença, obrigado!
Tenho evitado escrever
sobre o comportamento das pessoas com relação à cidadania e educação. Minhas
limitações me impedem de cobrar a cidadania alheia, na medida em que eu próprio
ainda não sou um cidadão 100 %. Minha
última campanha comigo mesmo é nunca mais jogar bitucas de cigarro no chão.
Entretanto, se tem um aspecto no qual faz tempo que eu me condicionei a ser
educado é no por favor, com licença e muito obrigado! Eu e o querido do Rodrigo
Schuster estávamos em uma festa e quando fui pegar um etílico no bar ele não
deixou de observar: “puxa vida, Jayminho, és dos primeiros que eu vejo que tem educação
ao ser servido por alguém na noite; o normal das pessoas é não pedirem por favor
e tampouco dizerem obrigado!”. O Schuster não só é gente fina como amigo, mas é
um amigo gente fina, isto é, um sujeito deveras educado. Outra razão me faz escrever
sobre esse ponto. Semana passada ao tentar me locomover em uma festa aqui da
província, fui pedindo licença até que um paquiderme existencial resolveu me
xingar por eu ser educado. A besta humana achou que eu estava sendo irônico ao
pedir licença e queria tumultuar. Na mesma hora tive a impressão que o caos
estava se aproximando. Quando a educação é compreendida como ironia, ou seja, não
é compreendida, então de fato fica provado o nosso fracasso como civilização. Já
tinha passado por situações parecidas, pois as pessoas nesse quesito de
deslocamento no interior de lugares abalroados não tem a mínima gentileza. E
gentileza gera gente ilesa. Do contrário damos vazão ao nosso lado animal e
acabamos promovendo pequenas barbáries.
Jayme C.
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