terça-feira, 12 de novembro de 2013

oscar wilde e dorian gray

Para Cândida

Parabéns com Oscar Wilde (sobre almas eternamente belas)

Desejei feliz aniversário da seguinte forma: “muitos parabéns, que tu sejas eternamente bela como Dorian Gray!”. E a garota respondeu o seguinte: “Talvez obrigada. Não sei o real sentido da tua frase... Qual a razão pra ti? Pelos parabéns, sincero obrigada!”. Daí lembrei que muito embora a beleza, o personagem do livro de Oscar Wilde é totalmente sem escrúpulos. Minha intenção, entretanto, era nobre... Fui movido por algo subjetivo, além da muito sutil proximidade fonética de parabéns com Dorian Gray. Ou seja, estava me referindo à alma da menina aniversariante. Eis a essência parabenizante da referência. Meu horizonte o fato da alma ser exatamente aquilo que podemos tornar eternamente bela em nossa existência. Basta nos preocuparmos com ela e irmos a esculpindo. Ora, é nosso corpo que sofre a corrupção do tempo. Daí a busca do personagem de Wilde. Dorian Gray era um rapaz extremamente lindo da sociedade londrina. Ao servir de modelo para um amigo pintor, desejou que o quadro envelhecesse em seu lugar para que continuasse eternamente jovem e belo. Seu desejo é atendido e a partir daí a sua vida muda. Dorian se transforma em um sujeito egoísta e mau; muito embora a beleza assegurada com o não envelhecimento obtido. O seu equívoco habita no ponto ao qual me apoiei ao utilizá-lo com a garota. Quiçá Dorian devesse ter se preocupado com a alma ao invés da carcaça. É possível que os deuses tivessem lhe reservado um destino melhor. Uma alma eternamente bela tal como a da aniversariante. Que, todavia, também é linda no sorriso; assim sendo, desejo que preserve a beleza subjetiva na passagem do tempo!

  Jayme C.

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