quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

debochinhos cotidianos

ESTRANHOS DEBOCHADOS
Durante a adolescência (nos anos 90) ser estranho era um fardo. Sofria-se bullying sem repressão. Era-se alvo dos mais variados deboches. Nesse mundo o mar não era de rosas. O mar era turvo... Estranho no sentido de feios, pouco populares com as garotas e alguns ainda chatos. A feiura é algo irresolúvel, mas passível de ser melhorada com o efeito do tempo e a consequente diminuição da falta de ‘interessância’. Da mesma forma é possível aprender a ser menos chato. Nesse contexto do progresso no tempo, a popularidade com as garotas deixa de ser absolutamente uma nulidade.
O estranho tem que se puxar por outros lados. Tem que ser atraente de alguma forma, na medida em que sua estética já não o ajuda. Assim, ter um bom humor refinado é uma via possível. Trilhável. Ser engraçado é um qualificador decisivo. Os infelizes deboches da juventude são progressivamente substituídos por deboches com o fundamento das coisas, com a categoria para não ser cansativo e a educação necessária para não ser desagradável. O fundamento é valioso no deboche, pois o deboche só pelo deboche, ou seja, sem fundamento, acaba sendo vazio e pouco valor agrega além de risos sem significado. Isto é, se só falar sobre o fundamento das coisas é chato, de outro lado o deboche no vácuo revela a falta de categoria do debochado. A educação é fundamental para que não falte ‘desconfiômetro’ na galhofa, ou seja, para sacar o contexto e não resultar em inconvenientes fracassados. Na hora de dançar, então, vale ouro ser um estranho engraçado. Normalmente as gurias dão risada. E assim o acesso já se vê mais facilitado... Felicitado! Felicidade na vida acaba passando pela capacidade de rir e saber provocar belas gargalhadas. Importante ressaltar que para conseguir o deboche qualificado deve-se não se levar tão a sério. Só rindo de si mesmo aprende-se a rir com categoria e elegância.
Jayme C.

Nenhum comentário:

Postar um comentário