quarta-feira, 4 de setembro de 2013

lulu santos



Meu afeto pós-reprimido por Lulu Santos

Eu nunca tinha sido muito fã do som do Lulu Santos. Paulinho da Viola, Martinho da Vila e outros congêneres sempre me tocaram muito mais. Em idos de 2000 comecei a ler e me dedicar para algumas atividades intelectuais. Chato, como boa parte dos sujeitos que se dedicam exclusivamente ao pensamento, passei a criticar sem piedade artistas que (a meu ver) faziam musicas comerciais e tinham relações globais. Lulu não ficou de fora de críticas vorazes às suas canções.

Ocorreu que fui ao Planeta Atlântida de 2012. O grande músico e querido amigo Chico Bretanha ia tocar no camarote do Planeta com a magnífica banda “Império da Lã”. Fomos eu e as queridas amigas Aline Medina e Letis (namorada do Chicão). Chegando lá havia uísque e Red Bull no camarim da Império da lã. Os rapazes da banda foram fazer seu show e eu acabei ficando como guardador dos etílicos. Foi uma das melhores funções que desempenhei em minha vida, isto é, de porteiro do uísque! Puxa vida, que trago! O estrago só não foi maior porque havia Gattorades para amenizar os delírios.

Terminado o show da Império fomos ao palco central. Estava começando o show do Lulu Santos. Foi aí que inebriado pelas doses do “cachorro engarrafado” me percebi cantarolando marotamente todas as canções de Lulu. Aline Medina ainda disparou: “essas músicas são para nós, velhos, perto dessa piazada que está aqui; nós conhecemos e acreditamos!”. E foi aí que mudou a minha relação com o som de Lulu Santos. Não dava mais para colocar pré-conceitos na frente da minha sensibilidade. Era hora de não mais reprimir o meu encontro com Lulu. Até o cigano Igor apareceu (aquele que dizem ter feito merdas violentas no passado) e se divertiu ao som de Lulu com a gente. Moral da história: na arte enquanto forma de vida, mais vale uma sensibilidade acolhida do que uma razão pré-conceituosa. Até porque – nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia.       

Jayme C.

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