terça-feira, 18 de junho de 2013

protesto

Menos mortos-vivos (sobre protestos e passeatas).
Acordamos em Porto Alegre menos mortos-vivos hoje. Com a sensação de que ainda sabemos na prática o que é a tão corrompida democracia. Quando após a saída da Rua Salgado Filho ingressamos na João Pessoa, avistamos que a marcha já chegava à elevada da João Pessoa e os que lá estavam pulavam e faziam uma onda humana. De esperança na mudança. A passeata desde sempre esteve revestida de significados. E naquela imagem que vinha acompanhada de cânticos e palmas revelou-se uma poesia fora do poema. Dentro das ruas. Tentando tirar a democracia de Congressos e outras cavernas platônicas e transformá-la em algo concreto, vivida como um fato. Há um sentimento de ressaca positiva na cidade. Mesmo alguns setores mais conservadores tiveram as suas sensibilidades tocadas e acharam bonito. Uma esmagadora maioria reivindicando da maneira como a Constituição convida. A violência contra tudo e contra todos é sempre nefasta e abominável de todos os lados. Ontem os policiais deram início para que não se caminhasse nas “imídiações” da Ipiranga com Érico Veríssimo. Jogaram bombas na direção de quem gritava “sem violência” e a partir daí incitaram a minúscula minoria de vândalos irresponsáveis que quebraram lojas, lixeiras e atearam fogo nos ônibus. Porém, na vida é sempre dessa forma. Em todos os grupos temos pessoas que agem com cidadania e as que não. A conquista simbólica do ocorrido ontem à noite já está pressente no brilho do olhar de inúmeras pessoas. E o recado para a classe dirigente está dado. Toda a decisão acerca de políticas públicas que prejudicar a vida das pessoas fará com que a cidade pare. E se passeatas pacíficas forem reprimidas pelo aparato policial, então mais pessoas sairão às ruas para fazer valer a Constituição. Afinal, estamos vivos!
Jayme C

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