SOMOS
TODOS MEIO CARENTES
Somos todos meio
carentes. Alguns por mais tempo. Outros de uma forma muito intensa. E tantos
pelas circunstâncias. Cada um do seu jeito, isto é, a partir da sua história.
Entretanto, todos têm esse furo. Quando se é fadigantemente carente, pode se
crer que é uma exclusividade sua. Com um pouco mais de tranquilidade se percebe
que o fenômeno é geral. Algumas pessoas maquiam. Talvez eu seja uma delas. Por
vezes queremos transparecer não ter furos, porém temos dificuldade em somente ser
feliz com o viver a própria vida. Isto é, quando se está feliz, mas ainda falta
(alguma coisa). E o que falta é o reconhecimento do(s) outro(s). Nesse ponto
habita a identificação que compartilha o nosso cotidiano. Não desejamos apenas
o gozo da felicidade, queremos que o mundo nos reconheça enquanto felizes. Por
isso somos meio pilantras no facebook. E não qualifico essa pilantragem com
nenhum juízo de valor, afinal, Nietzsche já nos ajudou a desmascarar a moral enquanto
castigo artificial. Construímos o nosso eu virtual só com os nossos golaços. Só
as nossas fotos azeitadas, os nossos momentos incríveis, o lado bom da vida. Ao
agirmos assim tampouco percebemos que estamos buscando o tal reconhecimento do
outro frente a nossa felicidade. Só assim nos sentimos completos. De onde brota
essa necessidade?
Jayme C.
A carência nos torna tão facilmente frágeis, como presas... de repente é melhor esconder ela!
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