Festa
com a galera dos vinte
Fui a duas festas onde
a faixa etária era vinte anos. Aliás, acho que se o instituto Gallup fizesse
uma pesquisa, apontaria precisamente os 21 como a média de idade de uma delas.
Fiquei por aproximadamente 47 minutos nela – foi o tempo de tomar uma dose de
uísque e questionar a minha presença lá. A dúvida surgiu inequivocamente por
uma razão inicial: não me senti acolhido e minha sensibilidade acusou. Sempre gosto
de sentir a vibe geral do lugar ao chegar nele para o dionisíaco. Só posterior
ao sentir negativo é que o meu lado antropólogo urbano tenta compreender em
linguagem o que já não curti. Daí percebi que a festa era de uma galera “jovem
ainda, jovem ainda, jovem ainda”, como dizia a inesquecível melodia do Chaves.
Preciso ser enfático nesse ponto: eram extremamente jovens. Era perceptível nas
faces, nas práticas e na (falta de) educação. Como o lugar estava bem cheio, a
ansiedade para chegar ao bar e conseguir uma bebida era atropelante. As garotas
não (a)pareceram como mulheres interessantes, entretanto, apenas como
garotinhas. E os papos que chegavam a meus ouvidos não eram deboches
qualificados, não faziam rir. Sei que tem pessoas interessantes e maduras em
todas as idades. Porém, em algumas circunstâncias, a maioria faz a força. Constitui
a vibe do lugar. E se a vibe desce na força, então alguém está fora do lugar.
Moral da história: prefiro lugares em que a mescla geracional seja mais para
cima do que para baixo. Afinal, já basta a juventude própria a ser coordenada
quando em seus rompantes de aparecimento.
Jayme C
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