O segredo dos seus
olhos (no show do Jorge Drexler)
Eu ia escrever um texto
sobre um olhar que me fitou no show do Jorge Drexler. Estava na parte de fora
do Araújo antes do show, quando uma garota veio pedir fogo. No seu olhar havia
chama. Ela não só olhou dentro de mim, como também sorriu para o que viu. Um
sorriso tímido, mas declarado e perturbador. Segurei-me para não perguntar quem
era ela. Ou, melhor, o que significava aquele olhar. Ao entrar no show uns dez
minutos depois, novamente nos cruzamos e novamente repetiu-se a chama no olhar.
Fiquei encantado pelo jogo de olhares. A garota é deveras interessante. Não
havia escrito, pois sentia que a história ainda não havia sido completa. Chegou
à sexta feira. E nela aquilo que era silencioso tomou forma e ganhou “Eco”.
Essa canção de Drexler diz: “isso que está surgindo, já não sou eu, é o eco, é
o eco, é o eco, de um sentimento”. Talvez. É o eco de um sentimento maduro, sem
platonismos inventados e/ou desnecessários. Sentimento de plenitude pela
vivência bem vivida, interessante e cheia de romantismo na pegada. Curtimos em
“Silêncio“ mais um encontro inesperado. Ela se referiu ao primeiro olhar como
tendo me fuzilado pelos seus olhos. Também rememorou de onde nos conhecíamos.
Tínhamos ido a uma festa de ano novo que se deu já no novo ano. Depois Drexler.
Depois Silêncio. Fim?
Jayme Camargo
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