É proibido ficar com o ex de um
amigo?
Depois de um agradável café com a
professora que serei colega no Maranhão, vi o excelente show da Tribo Brasil
ontem na Casa de cultura M.Q. Encontrei 4 amigas que são interessantes
mulheres. Fomos beber no 512 e demos muitas risadas debochando do cotidiano em
geral. Amigos, solteiros (?), logo, acabamos tornando as relações fugazes da
vida tema de alguns deboches. Nesse momento falamos sobre o fato corriqueiro de
em uma cidade grande-pequena, tal como POA, ficarmos com os ex-namorados(as) de
algum(a) amigo(a). A mesa foi unanime, pois não foi burra, preferiu ser
realista. Ou seja, todos julgaram normal e não trataram o fato como um pecado.
Lembrei que em meu grupo de amigos mais próximo, uma das minhas melhores amigas
namorou um dos amigos e anos depois casou com outro da mesma turma. E
continuamos muito amigos e com os amores preservados entre todos. Na mais
absoluta tranquilidade. Acho deveras louvável essa maturidade. Claro que o
sujeito não vai sair procurando a pessoa que recém se separou de um próximo –,
observamos em nosso trepidante papo na terça chuvosa da província. Entretanto,
transcorrido o tempo do bom senso e acontecendo a recíproca “interessância” em
uma madrugada da vida: sinal verde conferido pela nossa síntese etílica. Afinal
de contas, a Cidade Baixa e redutos de certa boemia porto alegrense são
pequenos e favorecem (re)encontros de pessoas da mesma vibe. Acho que há uma
dupla desconstrução a ser feita nesse tabu. A primeira, com relação ao amigo
que não pode se sentir dono de outra pessoa que já passou. E a derradeira, na
velha moral surrada que sustenta conservadorismos ultrapassados no imaginário
das pessoas. Uma lição de Nietzsche é jamais trocar um mo(vi)mento dionisíaco
libertador em nome de uma moral de valores inodoros, insípidos e incolores. Estarmos
em um dos polos dessas situações que envolvem amigos e ex-namoradas(os), só
prova que estamos vivos. E assim sendo, um brinde ao “amor fati”!
Jayme C.