quarta-feira, 4 de julho de 2012


Corinthians, Libertadores e as “linhas de 4”.

Eu não gosto do Corinthinas enquanto clube de futebol. Enquanto cartolas que conseguem as coisas com suspeição pública aos olhos de todos. Todavia, o atual time de Tite merece ser campeão da América. Time equilibrado e consciente, logo, consistente. Diz um dito do futebol: “o jogo se ‘ganha’ é no meio-campo”. Assim sendo, vejamos a estrutura do meio corinthiano. Equilibrado, pois joga com 2 volantes modernos. Ralph, mais fixo e centralizado, com muita pegada e qualidade; junto com Paulinho, jogador que reúne força, certa habilidade e mobilidade. Fechando o meio com 2 excelentes articuladores, que aliás já foram campeões da América. E se complementam em campo. Danilo, versátil e voluntarioso, faz gols e faz com que todo o lado direito se movimente (até mesmo jogadores simplórios como o lateral Alessandro). E, Alex, o centro técnico do meio do time, jogador muito técnico, rápido, e que ainda conta com um preciso arremate. A mecânica de Tite é perfeita. Faz com que todos joguem. Pois, sem a bola, todos marcam. Os volantes avançam e jogam, e não apenas marcam (não são quebradores de bola). Alex faz Jorge Henrique e Fabio Santos trabalharem. Já Danilo, faz com que Alessandro e Paulinho movimentem as ações pelo lado direito. A mobilidade dos quatro meio-campistas faz com que eles alternem os lados dessa movimentação ao longo do jogo. Os 4 juntos, por sempre tentarem jogar o mais próximo do campo do adversário, marcando ou propondo o jogo, formam a popular linha de 4, que tantos comentaristas falam, mas nunca enxergam quando comentam o jogo. Devo confessar que tentei secar o Corinthians contra o Boca. Entretanto, o futebol bem jogado sempre me cativa e acaba determinando o time que torço ao ver um jogo em que não o meu Grêmio está ausente. Acho que esse ano, a taça da América merecidamente acabará descendo no parque São Jorge. São Jorge, aliás, que é ogum no orixá da Umbanda e do Candomblé. Ogum é o orixá da guerra, capaz de abrir caminhos. E Que ela seja feita. E o feito corinthiano desta volta da vida, a América com justiça para contemplar os deuses do futebol. E da vida.

Jayme Camargo da Silva

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