terça-feira, 15 de julho de 2014

diário do maranhão

Delírios maranhenses I (trabalho & saudade)
Meu trabalho é muito legal. O ambiente acadêmico quando é composto de juventude e responsabilidade, além da fundamental tranquilidade com os egos, é muito agradável. E isso que as aulas começam apenas segunda que vem. Ficamos na coordenação do curso resolvendo questões acadêmicas, como monitorias, grupos de pesquisa, enfim, toda a sorte de burocracias fundamentais em qualquer espaço institucional. Acredito cada vez mais na responsabilidade e disciplina na organização como os critérios para que as coisas aconteçam. E para isso não é preciso ser sério, no sentido de carrancudo e fechado. A leveza é sempre um diferencial e os pequenos deboches com (o) fundamento um modo de ser-no-mundo. Responsabilidade com leveza é a minha busca profissional. E a vivência do momento é de foco absoluto nesse ponto. Tenho estudado bastante, lendo linha-a-linha e fazendo fichas de leitura, ao modo como procediam os professores e melhores alunos da Filosofia da UFRGS. Em média 6 a 8  horas por dia. Estou muito feliz com as disciplinas que vou lecionar. Sobretudo com “Hermenêutica, Lógica e Argumentação”. Heidegger e Gadamer já estavam entre o conteúdo programático do curso. É uma das disciplinas mais criticas do projeto pedagógico. Que é maravilhoso, diga-se de passagem, pois traz referências como Paulo Freire e Luiz Alberto Warat.    

Como eu suspeitava, as pessoas são incrivelmente mais abertas que no sul. As pessoas contam a sua história em 5 minutos de conversa. E Isso é muito – muito afudê! Obviamente meus amigos e família são o que falta. Com relação aos amigos, é incrível a falta sem dor que eles me fazem. Os meus amigos sabem que eu sou apaixonado por eles. Entretanto, sei do carinho deles à distância. Não me sinto nenhum pouco só e desse modo desfruto a solitude sem revezes da solidão. No quesito amigos, a vida parece me brindar com a sorte dos melhores. Já na chegada encontrei pessoas que parecem ser muito bacanas. O símbolo disso tudo posso resumir na figura de Bruno Azevedo, o sujeito que tem o coração do tamanho do Maranhão. Fiquei no hotel logo que cheguei, e teria ficado mais uns 4 dias caso a generosidade de Bruno não fosse sem tamanho. Ele me levou para a sua casa, junto com Bebel – sua filha linda de 3 anos e sua companheira. Fiquei dois dias sozinho em sua casa, pois foram viajar. Uma família deveras inteligente e encantadora. Aliás, o Bruno é um dos mais ricos personagens do Maranhão. Além de colega na docência enquanto antropólogo que é, também é escritor, músico e editor de livros. Até no Jô Soares já foi e deu uma engraçadíssima entrevista. Aos poucos vamos construindo uma bonita amizade tal como as construídas na província. Eis um horizonte: saudades sem dor… Pois, com dor, apenas de uma pessoa, e ela sabe o porque.
Jayme C., de SLZ para POA.

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