Meu
trabalho é muito legal. O ambiente acadêmico quando é composto de juventude e
responsabilidade, além da fundamental tranquilidade com os egos, é muito
agradável. E isso que as aulas começam apenas segunda que vem. Ficamos na
coordenação do curso resolvendo questões acadêmicas, como monitorias, grupos de
pesquisa, enfim, toda a sorte de burocracias fundamentais em qualquer espaço
institucional. Acredito cada vez mais na responsabilidade e disciplina na
organização como os critérios para que as coisas aconteçam. E para isso não é
preciso ser sério, no sentido de carrancudo e fechado. A leveza é sempre um
diferencial e os pequenos deboches com (o) fundamento um modo de ser-no-mundo. Responsabilidade
com leveza é a minha busca profissional. E a vivência do momento é de foco
absoluto nesse ponto. Tenho estudado bastante, lendo linha-a-linha e fazendo
fichas de leitura, ao modo como procediam os professores e melhores alunos da
Filosofia da UFRGS. Em média 6 a 8 horas
por dia. Estou muito feliz com as disciplinas que vou lecionar. Sobretudo com
“Hermenêutica, Lógica e Argumentação”. Heidegger e Gadamer já estavam entre o
conteúdo programático do curso. É uma das disciplinas mais criticas do projeto
pedagógico. Que é maravilhoso, diga-se de passagem, pois traz referências como
Paulo Freire e Luiz Alberto Warat.
Como
eu suspeitava, as pessoas são incrivelmente mais abertas que no sul. As pessoas
contam a sua história em 5 minutos de conversa. E Isso é muito – muito afudê! Obviamente
meus amigos e família são o que falta. Com relação aos amigos, é incrível a
falta sem dor que eles me fazem. Os meus amigos sabem que eu sou apaixonado por
eles. Entretanto, sei do carinho deles à distância. Não me sinto nenhum pouco
só e desse modo desfruto a solitude sem revezes da solidão. No quesito amigos,
a vida parece me brindar com a sorte dos melhores. Já na chegada encontrei
pessoas que parecem ser muito bacanas. O símbolo disso tudo posso resumir na
figura de Bruno Azevedo, o sujeito que tem o coração do tamanho do Maranhão. Fiquei
no hotel logo que cheguei, e teria ficado mais uns 4 dias caso a generosidade
de Bruno não fosse sem tamanho. Ele me levou para a sua casa, junto com Bebel –
sua filha linda de 3 anos e sua companheira. Fiquei dois dias sozinho em sua
casa, pois foram viajar. Uma família deveras inteligente e encantadora. Aliás,
o Bruno é um dos mais ricos personagens do Maranhão. Além de colega na docência
enquanto antropólogo que é, também é escritor, músico e editor de livros. Até no
Jô Soares já foi e deu uma engraçadíssima entrevista. Aos poucos vamos
construindo uma bonita amizade tal como as construídas na província. Eis um
horizonte: saudades sem dor… Pois, com dor, apenas de uma pessoa, e ela sabe o
porque.
Jayme C., de SLZ para POA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário