quinta-feira, 23 de junho de 2011

mu-dança...

Mudar: mu-dança.

Re-encontrei uma colega que não via há mais de 11 anos. Havíamos sido colegas no segundo grau. Ela cursou biologia e trabalha com acessoria ambiental. Nos conhecemos quando eu ainda era meio selvagem. Selvagem no sentido de demasiadamente chato. Eu tinha 16 anos e era muito guri. O tempo passou. Atravessaram a minha vida diversos acontecimentos. Meu “mito-fundante” morreu. Estudei em lugares bem diferentes como o direito da PUC e a filosofia da UFRGS. Amores passaram. E, principalmente, amizades sólidas se constituíram. A carência oriunda do vazio de amigos hoje é quase inexistente. Aliás, isso faz toda a diferença. Ter amigos que te procuram quando os seus corações estão cambaleando. Eis, para mim, uma grande prova e marca de uma amizade consistente. Não posso falar como a colega era 11 anos atrás, pois não a conhecia bem. Mas, devo frisar que naquele momento ela não foi nada pré-conceituosa. Não me olhou com os olhos do passado. Ela havia convivido comigo na época em que eu beirava a barbárie comportamental. Tinha tudo para colocar esse filtro em seu olhar. Fiquei surpreso pela sua sensibilidade. Ela creditou-me a possibilidade de ter mudado. Mudar é a palavra-chave. Abre as portas para que se qualifique o cotidiano. As pessoas no cotidiano cada vez mais mudam menos. As pessoas conservam. Normalmente adotam um ponto fixo e são conservadoras. Dizem não a mudança. E assim falta a dança, falta um movimento na sua vida. Em geral as pessoas estacionam em suas selvagerias. Sorrindo a colega me disse: “estou impressionada, como tu estás diferente”. Eu compreendi: não sou mais o selvagem de outrora! Ela nem sabe, mas sacou a minha essência ao dizer “diferente”. Sensibilidade com a diferença. Eis, talvez, a essência de minha mu-dança...

Jayme Camargo, quinta-feira, 23 de junho de 2011 às 18:47.

Um comentário:

  1. Pois é, hoje em dia é muito facil falar da boca pra fora que estamos mudados, mas são nos gestos e pequenos gestos que vemos a inexistência da tao falada mudança. Particularmente falando, eu antigamente tinha uma enorme dificuldade de aceitar as mudanças, mas hoje um pouco mais madura, vejo o quanto é importante mudarmos e aceitarmos as inumeras mudanças que ocorrem em nosso redor! Sinceramente virei fã de mudanças! hehe

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