quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
sobre patricinhas e comportamentos afins...
Ensaio sobre a critica da razão DURA – "não é mole".
Vado e Jaymin reunidos para um mate e a expressão de uma idéia. Nosso tema é “patricinhas e comportamentos afins”.
Acreditamos em todas que acreditam no Rosário. Enquanto nossas colegas lá se formaram, lá por “Nossa senhora” nos de-formamos. O mais “sarcáustico” disso tudo é que nossa de-formação é o que possibilita essa reflexão. Jaymin virou um ex-advogado falido que luta contra a “balança”, mas não o símbolo do direito; fez do direito o errado. Vado é um vagabundo iluminado que luta contra a “dq”, mas vai muito bem, obrigado! Escrevem como terapia e agora farão mais uma terapia em sua geração: a de choque. Eis o que as patricinhas e suas posturas pedem para levar – 100 eletrodos de palavras nada siliconadas como suas mentes e seus desejados peitões. Peitões inflados como seus egos. Vaidades, como acontecem normalmente ao todo dos seres humanos, porém inflamadas em exagero tal como sua ansiedade pelo poder. De serem possuídas. De serem desejadas. E assim compradas e levadas para casa por um macho. Certamente um sujeito que tenha um cartão de crédito ilimitado no “american stress”. Falamos de “comportamentos afins”, pois estamos tratando “patricinhas” como o símbolo de uma determinada postura. Alô, garotas por aí, não pensem vocês que as “patis” estão apenas na elite, ou em nichos sociais específicos. Não. Existem muitas garotas na periferia que agem como uma patricinha, assim como nem todas as mulheres são consumidoras da vida. Mas muitas a vida consome pelo desejo. Concordamos no aspecto que as emergentes são as da pior estirpe. Da breguice ressaltada por querer se fazer vista e ainda não possuir categoria para tal, até a falta de educação marcante que o mimo recente a vida lhes deu. Às vezes por sorte. Quase sempre por morte. Seu mote na vida é sempre o maior dote a ser recebido. Traidoras do coração na vida, a vida lhes devolve traição dentro de casa. E fora. E dentro. E fora. E dentro. E fora. E dentro... De si, apenas a razão funciona. Seus corações são duros como a razão kantiana. Aliás, ao escrever a “Crítica da razão pura”, Kant não imaginava terminar sendo tão determinante na postura “razão dura” de tantas garotas hoje em dia. Muito menos imaginava existir patricinhas. Nuca fomos muito amigos de Kant, escrevemos com Nietzsche no coração. Assim falou Zaratustra: “Dolce & Banana para elas”.
Porto Alegre, 11/1/11, 11:11 da manhã. O “huno[1]” foi o nosso começo e como sempre é o nosso fim.
[1] Hunos: Antigo povo nômade da Ásia central que devido a sua proeza militar e disciplina, mostraram-se imbatíveis, tirando todos do seu caminho.
domingo, 9 de janeiro de 2011
Tonho crocco e a antropofagia da Gang da Matriz
A injustiça que se faz a um é uma ameaça que se impõem a todos.
Maquiavel
Tonho crocco e a antropofagia da Gang da Matriz
Tonho crocco colocou no ar o vídeo – Gang da Matriz – oportunamente criticando o aumento de 73% que 36 deputados estaduais deram a si mesmos. Impressionante a agilidade de Tonho, na medida que todo o movimento indecente dos 36 caciques foi um rápido ritual. Assim, Tonho teve que ser veloz na construção mental da rima, como também na produção do vídeo. Pois, realizou seu ato de cidadania com a competência e sagacidade que lhe são próprias. Nunca fui muito próximo de Tonho, embora tenha sido apresentado a ele por um velho amigo em comum. De lá para cá sempre fiquei com a atenção chamada para a sua simplicidade e humildade. Sabemos como existem pessoas afetadas pelo mundo da fama. Tonho passa “Longes” disso, para usar o termo de Vitor Ramil, outro grande valor da província que, guardadas as diferenças com Tonho, esbanja a mesma categoria. O vídeo-protesto é uma intervenção. Aliás, a mais instigante intervenção que se viu na província em relação ao “crime” da gang da matriz. Tonho acertou em cheio. Da melodia dos Beastie Boys ao “toniolo vive” pichado em seu quarto. Um autêntico cidadão exercendo a arte como um modo de fazer política. Política no cotidiano e a partir do cotidiano. Casualmente me criei no Alto da bronze e é lá que voto em dia de eleição. Devíamos ouvir a musica de Tonho sempre que estivéssemos nos dirigindo às urnas. Comentei ao ver o vídeo a primeira vez que havia lampejos de antropologia em sua base. Na última quinta fui ao show de Tonho no Ocidente e comentei o mesmo com ele. Sorrindo ele me disse: “é antropofagia”. Na hora concordei. De fato, se o protesto vira intervenção, a antropologia assume ares de antropofagia. Diz a lei do antropófago que “só interessa o que não é meu”. É exatamente esse o horizonte da canção “Gang da matriz”. É exatamente às avessas o comportamento dos integrantes da gang – para eles, pois, só interessa o que é seu! Antropofágico Tonho, conseguiu fazer algo genuíno a partir da assimilação das muitas diferenças que constituem nossa cultura. É preciso descolonizar a forma e o conteúdo como a intervenção do vídeo o realiza. É importante destacar, para finalizar, que na etimologia grega de antropofagia, está a condição humana de mastigar aos próprios homens. Creio que Tonho tenha mostrado uma forma de defender o interesse público dos 36 canibais integrantes da gang da matriz.
Jayme Camargo da Silva – mestrando em filosofia