quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

13 de janeiro de dois mil e dê

Primaninha...

Um ano atrás. Estávamos no dia 13 de janeiro de dois mil e love. Aniversário de nascimento da primaninha. Digo com ciência, isto é, com consciência, aniversário de nascimento. Para a nossa relação era o nascimento no aniversário. Dificilmente conseguimos captar com a nossa tradicional linearidade, a amplitude subjetiva de alguns momentos. A ampla atitude que por vezes alguns encontros implicam. Assim me senti há um ano atrás. E fui espontaneamente chamado. Pela vida. Para a vida. De aninha. Aliás, “vida minha vida, olha o que eu fiz, deixei à fatia mais doce da vida, na mesa dos homens de vida vazia, vida minha vida, mas quem sabe eu fui feliz...”, canta Chico. E ecoa em nossas vidas, na minha e na da pri-maninha, ou seja, até éramos felizes antes de um ano atrás. Mas não éramos o que hoje somos. Pri-maninha é tri-maninha. Fugindo de meu ego não farei qualquer menção a qualquer possível benefício que a minha presença trouxe à vida da priminha. Mas certamente falarei da aparição, da chama e das cinzas. Falarei das suas virtudes fundamentais, a saber, sua lealdade e a sua generosidade. A aparição nos traz de volta aos 13 de janeiro de dois mil e love. Às cinzas nos trazem a identificação na constituição histórica. A chama se dá como a identidade na lealdade para com os que amamos. Assim aconteceu o nosso laço. Eis a sua essência. Brinco que naquele aniversário de nascimento - no já mais enfraquecido Bongô -, tive a “visão além do alcance”. O “olho de tandéra” falou. E dois mil e love cofirmou que ele não falhou. Por razões que talvez não caibam neste espaço, intuí que deveria me aproximar da primaninha. E não imaginava que ganharia uma mãe-irmã-mais-nova-melhor-amiga em forma de prima. A priminha a partir de sua auspiciosa generosidade é todas essas em uma só. Perguntem ao Brunino (“o primo”) senão. Pois dessa forma a primaninha se tornou uma fiel escudeira, de Rivera ao pé-palito, da “Ressureição do sorriso” ao encontro com as Juli-Jô-anas... Todas as “anas”. Fui fundado por uma Ana, e agora levo à vida em um encontro com os modos de serem ditas anas... Talvez resida aí a força de nossa condição. Nossa história nos mostrou que “quem sempre quer vitória perde a glória de chorar”. Sabemos disso há bastante tempo. Não tememos as lagrimas porque preferimos sentir. Daí também brota a minha visão há um ano atrás. Senti que aninha também preferia o sentir. Meu convite de divisão do cotidiano se resumiu à verdade do sensível. Em contrapartida estou aprendendo com ela a importância de um necessário pragmatismo com alguns “objetos”, vez que significam a estabilidade da independência. Sim. Nós trocamos muito exatamente nas independências. Trocamos enquanto ajudamos um ao outro no valor da independência que cada um dispõe organicamente consigo. Cada um com um modo de independência como ensinamento para o outro. Dessa forma, não poderia se dar qualquer relação. Apenas as relações fundamentais mudam as nossas vidas. Nos fazem questionar antigos lugares, reavaliar algumas posições, superar ultrapassados dogmas. Nos re-fundam. Da minha parte posso assegurar tais conquistas com a priminha. Por isso ela foi em dois mil e love o meu amuleto do coração. Fiz e espero continuar fazendo, junto com ela, as melhores campanhas no campeonato do coração. Entro em qualquer lugar com a priminha, ao passo que na duvida dou o braço cruzado para ela, e instantaneamente ninguém mais me percebe, pois a sua beleza costuma dominar o contexto existencial. É o maior marketing da província. A beleza de primaninha. Um “loby” afetivo-existencial. A prima de fato trouxe mais beleza para a minha vida cotidiana. Tanto até que algumas insanas pessoas conseguiram ver traços em comum em nossa distante genética. Somos primos e irmãos na vida. Nada é mais precioso. Neste novo contexto estético até a sacada feliz inovou, e virou também uma sacada estética. Não poderia deixar de terminar com aquela que quiçá seja a nossa maior metafísica. A Dora, que não tem vocação para madrasta, é minha dinda. Emprestada em um suspiro da vida, ajudou a constituir aninha. Ou, aninha’s. Quem já tinha uma aninha, adicionada à vocação materna, a Ana sonhada foi encontrada. A dinda Dora é a única pessoa capaz de viver na ilha de Caras, sem sair da CB, e ainda por cima ser o coração mais puro e voltado para o bem de toda a província. O coração que aninha merecia quando em um suspiro a vida implicou. Pois a aninha ama muito a minha amada dindinha. E aninha me disse esses dias, que serei o dindo de seu primeiro filho ou filha. Seremos todos abençoados pela Dora de nossas vidas. A Dora fica a um ”B” de ser a dobra. Na dobra de nossas vidas, dindos, dindas e afilhadas... Filha. Aninha será a melhor mãe do mundo. Já é a melhor amiga, filha, irmã e enteada. Já é mãe. Seus filhos amados sabem disso. Nada na vida é por acaso. Mas terminemos com alegria. Será uma mãe mundial, pois até o dindo está mui “bien” escolhido. “La garantia soy yo”. Ora, prometi que não escorregaria no ego. Não “escorrrrr-ego” então. É hora de parar. Aninha, com a licença na intromissão, avoco a fala em nome dos demais, nós para sempre vamos te amar...

Província alegre, 13 de janeiro de dois mil e dê.
Jayme Camargo (jayminho).

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