Para “gatinha”
Garotas da geração de
20 anos.
O meu querido amigo Felipe Pimentel
havia falado algo sobre: a maior facilidade em se relacionar com meninas da
geração de 20 anos, em alguns casos, ante as interessantes trintonas nossas
contemporâneas. Já faz uns dois anos que tive esse papo com o Pimenta. E agora
a minha sensibilidade chegou à ideia que ele me trouxe. Existem algumas garotas
que tem entre 20 e 20 e alguns anos, que saíram de casa com seus 17 para
estudar, são responsáveis com as escolhas que fazem, tem a tranquilidade já de
berço, e, sobretudo, são atinadas em ter a posse do próprio desejo. A velha
consistência na leveza que tanto toca. E são jovens, logo, mais livres. Pimenta
não deixou de observar em nosso papo de outrora que, por vezes, poderia ser
mais fluída a relação com uma garota com menos vícios e traumas existenciais –
talvez porque menos tristeza acumulada no coração. Eu, particularmente, quiçá
pela feiura e pré-ocupação com o mínimo de fundamento no deboche, nunca tive
muito acesso a essas garotas. Entretanto, elas existem. E pode ser fascinante
dividir o cotidiano, por exemplo, com uma garota que muito embora jovem já
desfrute de uma maturidade com conteúdo e sensibilidade lapidada. Que tenha força
e determinação em sinergia com a doçura das descobertas da vida. Fica uma
conjunção deliciosa – juventude com maturidade. Algumas dessas garotas
conseguem curtir as experiências no horizonte eternidade descompromissada; isto
é, viver com carinho algo que pelo desígnio natural da vida é finito.
Acreditando menos em metafísicas da eternidade – como tanto nos acontece com o
amor. Tudo acaba. Seja em uma noite, seja em uma relação de anos. Aliás, essa
parece uma característica das garotas dessa geração. Um maior desapego frente a
narrativas fundantes ultrapassadas, como a de que se deve ficar com uma única
pessoa para sempre. Talvez aí uma importante conquista dos reclames feministas
na prática de algumas de suas jovens representantes.
Jayme C.