Odeio meu coração vagabundo que tanto me faz sofrer por amor. De amor à morte parece ser a sua estrada. Um estrado como base que não segura. Secura que paralisa por dentro. Inseguro na vida a carência como condição. É condução. Da melancolia que acompanha e se faz companhia. Que penetra. Que “pé-na-bunda” é causa. É casa sem chão. Casamento que em casa mente. Odeio meu vagabo coração por ser tão verdadeiro. Timoneiro de emoções. Perdido como um Torcedor de time que não existe mais. Sozinho em seu estádio – povoado pela multidão. Pela inútil transparência. Na transa-aparência a obscura ausência. Meu coração é um curador sem cura. Na sapiência da razão a sua douta ignorância. Ele não aprende. Não apreende. E Não prende. Ignora o jogo. E assim acaba expulso. Vai-te embora coração perdido! Que desde outrora partido, me derrota na partida. O jogo só termina quando acaba. Mas, meu coração, ah, meu inútil coração, me despe e não recebe recíproca. Me afoga num copo com cicuta. E assim além de tudo me envenena. Me afasta cada vez mais de Vênus. Me joga “longes” no espaço. Coração doido, não pode com a terra e deseja a Via Láctea. Coração doído. Apertado de des-ilusão. Coração que o passado carregou solidão. Carregado coração se encarregou de ser a minha sina. Minha marca no existente. Meu futuro que segue. Coração... vaga-mundo.
Jayme Camargo
poesia pura...belaza pura,teus textos transmitem sempre uma certa inquietude filosófica...bjsssss
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